A historiadora e crítica de projetos Laura Martínez de Guereñu foi selecionada na primeira edição da Bolsa Lilly Reich, tal como anunciou a Fundação Mies van der Rohe e a prefeitura de Barcelona nessa terça-feira.
"Queremos contribuir com esse grão de areia para corrigir a desigualdade das mulheres e sua invisibilidade. É uma obrigação e uma dívida de justiça que queremos materializar colocando o nome de Lilly Reich à essa iniciativa", declarou Janet Sanz, presidenta da Fundação Mies van der Rohe, no ato realizado nesta terça-feira com a presença de diretora Anna Ramos e da própria Laura Martínez de Guereñu.
A Bolsa Lilly Reich surge como reconhecimento ao legado da arquiteta que junto a Ludwig Mies van der Rohe desenhou e executou o Pavilhão Alemão de Barcelona em 1929, apesar de haver sido "relegada a um segundo plano, se não a um inexistente", no relato e na memória da icônica obra.
Nas declarações recolhidas pela Fundação, Martínez de Guereñu explicou que o objetivo da sua proposta —Re-enactment: Lilly Reich’s work occupies the Barcelona— é "estudar com profundidade os três diferentes tipos de elementos arquitetônicos que Lilly Reich desenhou para o interior dos palácios novecentistas nos quais foram instaladas as seções industriais da Exposição Internacional de Barcelona de 1929 e traçar a genealogia dos seus elementos equivalentes no interior do Pavilhão alemão". Como resultado, a arquiteta escreverá e publicará um artigo acadêmico, ao mesmo tempo em que apresentará uma proposta para realizar uma instalação de divulgação no Pavilhão Alemão.
A bolsa Lilly Reich para igualdade na arquitetura premia com 9 mil euros e, excepcionalmente na sua primeira edição, está destinada ao estudo da obra da própria Lilly Reich. Nas próximas edições será apoiado "o estudo, divulgação e visibilidade de contribuições na arquitetura que foram indevidamente relegadas ou esquecidas, contribuições feitas por profissionais que foram invisibilizados por causa das suas condições pessoais. Também buscará fomentar o acesso igualitário de oportunidades no exercício da arquitetura", segundo explica a Fundação em um comunicado de impressa.
O juri composto por Inés Sánchez Madariaga, Diretora da Cátedra UNESCO de Gênero e professora titular de Urbanismo da Universidade Politécnica de Madrid; Wolf Tegethoff, historiador de arte alemão, especialista em Ludwig Mies van der Rohe e, atualmente, junto com Ulrich Pfisterer, diretor do Zentralinstitut für Kunstgeschichte, Munique; e Christiane Lange, tutora do Departamento de Arquitetura da Universidade de Hong Kong.
Via Fundação Mies van der Rohe.